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sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Abençoar - Apoio e bênção

 Indiscutivelmente, quantos te cercam precisam de ti, tanto quanto, até certo ponto, necessitas de cada um deles. 

Entretanto, acima de todos os tipos de auxílio, solicitar-te-ão aquele que se erige no socorro do entendimento, a fim de que lhes não falte cobertura espiritual no caminho. 
Assegura proteção aos filhos queridos em tudo quanto se relacione com a previdência no plano físico, mas quando não pensem por teus princípios não lhes sonegues apoio e abençoa-os sempre. 

O esposo e a esposa, o companheiro e a companheira, os amigos e os colegas contam contigo na solução das dificuldades de ordem material. No entanto, quando errem, criando-te provas e lutas, ampara-os com os benefícios de tua própria compreensão, para que, de simples erro, não venham a sair para as grandes calamidades doméstico-sociais. 

Se tens contigo pais difíceis e violentos, auxilia-os através da própria tolerância, com a qual o tempo efetua prodígios de concórdia e felicidade. 

Familiares e amigos abraçando ideias contrárias às tuas? 

Não lhes recuses a aplicação das receitas de benevolência das quais já disponhas, de modo a que se reencontrem, quando em desacerto, nas bênçãos da vida. 

Em verdade, todos precisamos uns dos outros, seja para compartilhar o pão que a Terra estende com fartura, seja para desfrutar o agasalho que a natureza nos ajuda a entretecer, em todas as direções. Mas todos nós, em qualquer tempo e em todas as situações, necessitamos, acima de tudo, de compreensão e bondade, estímulo e simpatia – as forças vivas do amor que nos fazem melhores para vivermos servindo e convivermos – sobrevivendo a todos os problemas e experiências da vida, invariavelmente unidos pelo esforço constante de ascensão à Divina Luz. 

Elucidações de Emmanuel – Apoio e bênção 
                                                                – O Consolador - Nº 298 – 10/02/2013 

Emmanuel, Livro: Astronautas do Além, (Espíritos Diversos), (Chico Xavier)

Abençoar - A bênção da fé

 Carlos e Luísa sentiam-se extremamente desalentados e sofredores. Seu filho único, Otávio, garoto de seis anos de idade, falecera repentinamente vitimado por uma doença incurável. 

Inconformados, Carlos e Luisa buscavam explicação para sua dor. Por que fora acontecer logo com eles? Otávio era um menino bom, obediente, carinhoso, um verdadeiro anjo caído do céu. Por que Deus o retirara dos seus braços, dos pais que o amavam tanto? 

Assim, revoltados, procuravam consolo em todos os lugares e de todas as formas, sem encontrar lenitivo ou resposta para seus sofrimentos. 

Certo dia, eles entraram numa Casa Espírita, apesar de não acreditarem em nada. 

Ouviram o comentário evangélico e depois tomaram passe. De alguma maneira, sentiram-se mais aliviados. 

Terminada a reunião, o dirigente foi conversar com eles. Assim, contaram-lhe sobre a morte do garoto. Luísa, profundamente revoltada, terminou seu relato dizendo: 

-Desde esse dia, e lá se vão seis meses, não tivemos mais paz ou alegria de viver. 

Sereno, o responsável pela reunião fitou-os penalizado, e perguntou: 

-Não acreditam na imortalidade da alma? 

Surpreso, o casal trocou um olhar, enquanto Luísa exclamava: 

-Nunca pensamos nisso! 

Com sorriso terno, o espírita ponderou: 

-Pois é bom que comecem a pensar nessa possibilidade. O Espírito é imortal e sobrevive à morte do corpo físico. Seu querido filho Otávio está mais vivo do que nunca! 

Com o coração batendo rápido e os olhos a brilharem de esperança, Luísa indagou: 

-O senhor tem certeza disso? 

-Absoluta. Certamente precisa da ajuda de vocês. Suas lágrimas não devem estar fazendo bem a ele. É provável que esteja sofrendo muito. 

-O que fazer, então, para ajudá-lo? - perguntou a mãe, preocupada. 

-Orem por ele. Procurem lembrar-se das coisas alegres, dos momentos felizes que tiveram e, quem sabe, um dia poderão se reencontrar.

O bondoso velhinho deu-lhes algumas explicações necessárias sobre a Doutrina Espírita e, antes que se retirassem, entregou-lhes alguns livros cuja leitura poderia fornecer-lhes noções mais claras e precisas. 

Carlos e Luísa deixaram o Centro Espírita com nova esperança. 

A partir daquele dia, Luísa passou a fazer preces pelo filhinho desencarnado, pedindo sempre a Jesus que, se possível, lhe permitisse vê-lo novamente. 

Certo dia adormeceu em prantos. Fazia exatamente um ano que seu filho retornara ao mundo espiritual. 

Luísa viu-se num lindo jardim, todo florido, e onde muitas crianças brincavam despreocupadas. 

Sentou-se num banco para observá-las quando viu alguém caminhando ao seu encontro: era Otávio. 

Cheia de alegria abraçou-o, feliz. Ele estava do mesmo jeito; não mudara nada. 

Após os primeiros beijos e abraços, Otávio falou-lhe com carinho: 

-Mamãe, estou muito bem. Não chore mais porque eu também fico triste. Suas preces têm me ajudado muito. 

-Ah! Meu filho, que felicidade! Pena que estou sonhando! 

-Não, mamãe, estamos nos encontrando de verdade. 

Colhendo uma rosa do jardim, ele ofereceu-a para a mãezinha, despedindo-se: 

-Para você, mamãe, com todo o meu amor. Dê um beijo no papai. 

-Não vá, meu filho! - suplicou, aflita. 

-Preciso ir agora. Não se preocupe, mamãe. Eu voltarei para os seus braços. Ajude outras crianças necessitadas. Até breve! 

Despertando, Luísa não conteve as lágrimas de emoção. Estivera com Otávio. Pena que fora apenas um sonho. 

Qual não foi seu espanto, porém, quando, olhando para a mesinha de cabeceira, viu uma bela rosa. A mesma que seu filho lhe dera, ainda com gotas de orvalho nas pétalas, como se tivesse sido colhida a pouco. 

Tomando a flor entre os dedos, enternecida, levou-a aos lábios, enquanto o pensamento elevava-se numa prece de agradecimento ao Criador pela dádiva que lhe concedera.

Entendera a mensagem. Agora já não poderia duvidar da imortalidade da alma e seu coração encheu-se de conforto e de paz. 

Algum tempo depois, nas tarefas a que se vinculou no auxílio a famílias carentes de uma favela da cidade, recebeu uma criança cuja mãe falecera ao dar à luz, e cujo pai não era conhecido. 

Cheia de compaixão, Luísa tomou nos braços o recém-nascido e, ao aconchegá-lo ao peito, uma onda de amor a envolveu. Naquele momento, ela resolveu levá-lo para casa e adotá-lo como filho do coração. 

Sem saber, Luísa recebia, com esse gesto generoso, seu querido filho Otávio que, graças a Misericórdia Divina, retornara aos seus braços amorosos como filho do coração. 
                                Tia Célia 

Célia Xavier de Camargo – A bênção da fé 
                                                                - O Consolador – Nº 79 – 26/10/2008
    



Abençoar - Benção Divina

 Há Espíritos tão encantadores reencarnados na Terra, que é um prazer estar com eles. Um fato que observamos é que uma grande parte destes, pelo menos de nossa convivência, são idosos. Talvez as experiências da vida, o amadurecimento, tenham-lhes proporcionado o entendimento de que, no final, o que engrandece o ser, que não carregará consigo bens materiais além desta vida, é o amor. 

O amor dá felicidade à alma, dá paz ao coração. 

Fomos visitar uma senhora de 88 anos, acamada. Fraturou o fêmur numa queda e não mais andou. Está cega, mas não se abateu, continua hoje alegre como era antes, divertida; sempre saímos sorrindo ao visitá-la. 

Nesta última visita nós a encontramos silenciosa, mãos unidas, deitada de lado, orando. Ficou muito feliz ao nos ver, segurou nossas mãos entre as suas num carinho enorme e nos emocionou dizendo que se lembrava de nós em suas preces. Um sorriso lindo no rosto feliz. 

Estamos aguardando a hora que Deus nos chama, diz ela. 

Do jeito que a senhora é, será muito bem recebida no mundo espiritual, respondemos. Graças a Deus, tomara que eu mereça, tomara, responde ela rindo. 

Ao nos despedirmos, ouvimos aquele gostoso ”vai com Deus! Que Deus te abençoe!” 

Recordamos um famoso caso de Chico Xavier quando ele atendeu uma senhora, a pedido de Emmanuel, interrompendo sua pressa de chegar ao serviço. Ao se despedir dela e sair, escutou um “obrigada, Chico, vai com Deus!” Emmanuel pediu-lhe que se virasse e olhasse para trás. Ele o fez e viu uma energia vindo da mulher em sua direção, que o atingiu como um bálsamo reconfortante. 

Nessa época difícil da Terra, em que o joio já está sendo separado do trigo e as dores se avolumam, abalando a tantos, imperioso é nos amarmos uns aos outros, respeitarmos uns aos outros, termos a palavra confortadora, sermos bálsamos reconfortantes para o nosso próximo. 

“Que Deus te abençoe!” Uma saudação antiga, que os idosos ainda usam e que faz muito bem para quem a recebe. Precisamos trazê-la de volta nos dias do presente para que os jovens a assimilem. 

Que Deus te abençoe, leitor destas linhas, e que tua jornada terrena possa ser coroada de bênçãos, de amor para com os teus semelhantes! 

Que nas horas difíceis da vida, lembra-te de que é só por um tempo. As dores vão passar, o Espírito imortal vencerá a morte e adentrará a vida espiritual levando consigo o tesouro que carregava em seu coração.

Que o nosso tesouro seja o amor e, por certo, a paz estará conosco, abençoados que somos por Deus pela dádiva da vida. Somos Espíritos! Temos vida e vida imortal! 

Abençoado amor, que permite que Espíritos sublimados venham até nós e nos ensinem a amar também e nos fortaleçam a permanecer no amor. 

O amor é de essência divina, diz Fénelon, no Evangelho segundo o Espiritismo, e, desde o primeiro até o último, possuímos no fundo do coração a chama desse fogo sagrado. 

Amar, no sentido profundo da palavra, é sermos leais, probos, conscienciosos, para fazermos aos outros o que quereríamos para nós mesmos, é procurarmos ao redor de nós o sentido íntimo de todas as dores que oprimem nossos irmãos para abrandá-las, é encarar a grande família humana como a nossa, orienta-nos Sanson, no Evangelho. 

Amemo-nos uns aos outros, dentro dessa compreensão, fazendo os nossos esforços para o nosso melhoramento e um dia seremos felizes, como o é essa velhinha anônima, não conhecida no mundo, mas que guarda paz no coração. 

Que Deus te abençoe ao chegar ao fim desta leitura! Paz no coração! 

Jane Martins Vilela – Benção Divina - O Consolador – Nº 228 – 25/09/2011



Abençoar - Conforto e nós (Batuíra)

 O sofrimento em comum é agente bendito de unificação, ensinando-nos a esquecer preocupações descabidas e aflições excedentes, porquanto nas horas amargas somos naturalmente induzidos a contar uns com os outros. 

Entretanto, quando a tempestade se vai, deixando-nos o passo, em céu azul, eis-nos em nós mesmos, conosco, na intimidade de nossos pontos de vista. E aí surge o grande problema – o problema de render-nos ao trabalho do bem, de tal modo que não disponhamos de tempo para vincular-nos em demasia às nossas opiniões próprias. 

Disso concluímos que a influência do conforto e da prosperidade constitui em si precioso ingrediente da vida que nos cabe aproveitar em serviço e mais serviço no bem de todos. 

Há quem diga que a felicidade do céu é diminuir a infelicidade da Terra ou extinguir esse mesmo infortúnio. Verdade bela e simples, ser-nos-á lícito transferi-la para o nosso caminho pessoal, compreendendo que a felicidade maior dos que se tornam felizes será sempre atenuar a infelicidade que ainda assedie a existência dos nossos irmãos menos felizes. 

Deus nos subtrai a dificuldade para que aprendamos a suprimi-la da estrada alheia. Ajuda-nos para que ajudemos. Abençoa-nos para que nos habituemos a abençoar. Reconheçamos assim que a tranquilidade e a alegria nos bafejam para que venhamos a mobilizá-las no trabalho do bem geral. 

Correio Mediúnico – Conforto e nós (Batuíra) 
                                                        - O Consolador – Nº 324 – 11/08/2013 

Batuíra, Livro: Mais Luz, (Chico Xavier)

Abençoar - Imperfeições

 Ante o serviço a fazer, evitemos a escuridão das horas frustradas. 

Nós que alongamos os braços, a cada instante, para recolher sustento e proteção, consolo e carinho, saibamos estender igualmente as mãos para auxiliar. 

Declaras-te inabilitado a servir. 

Entretanto, é buscando servir que te promoves à galeria da confiança.

Afirmas-te em padrão muito baixo para a feitura das boas obras. 

Entretanto, é nas boas obras que fulge o caminho da elevação. 

Asseveras-te espírito devedor e, por esse motivo, desertas do culto à fraternidade.

Entretanto, é no culto à fraternidade que encontramos recursos ao resgate dos próprios débitos. 

Acusas-te entediado e, por isso, renuncias às lutas edificantes. 

Entretanto, é nas lutas edificantes que recuperarás a tua alegria. 

* Haja o que houver, não te proclames inútil. 

Há muita gente que se lastima da falta de virtude, para fugir-lhe ao ensinamento, olvidando que, se já fôssemos consciências aprimoradas, ninguém recorreria na Terra ao merecimento da escola. 

O vaso simples, se necessário, é mandado ao conserto. 

O carro em desajuste recupera-se na oficina. 

O móvel quebrado encontra refazimento. 

A roupa manchada alimpa-se na água pura. 

É impossível, desse modo, que a Divina Sabedoria não dispusesse de meios, a fim de reabilitar-nos. 

E, a fim de reabilitar-nos, deu-nos a cada um a possibilidade de auxílio aos outros. 

Todos temos, portanto, no trabalho do bem, nosso grande remédio. 

Se caíste, surgirá ele como apoio em que te levantes.

Se amargurado, ser-te-á reconforto. 

Se erraste, dar-te-á corrigenda. 

Se ignoras, abençoar-te-á por lição. 

Deus sabe que todos nós, encarnados e desencarnados em serviço na Terra, somos ainda espíritos imperfeitos, mas concedeu-nos o trabalho do bem, que podemos desenvolver e sublimar, segundo a nossa vontade, para que a nossa vida se aperfeiçoe. 

Elucidações de Emmanuel – Imperfeições 
                                                        - O Consolador – Nº 272 – 05/08/2012 

Emmanuel, Livro: Seara dos Médiuns, (cap. 25), (Chico Xavier)


Abençoar - A propósito das bênçãos de Deus

Muitas vezes, em determinados dias da nossa existência terrena, e algumas vezes todos os dias, nos queixamos e nos revoltamos ante as dificuldades que nos surgem e que somos obrigados a enfrentar. Lamentamos nossa sorte – gostaríamos de realizar todos os nossos desejos e caprichos – porque nos achamos injustiçados diante da Justiça Divina. 

Temos a sensação de que merecemos muito mais do que recebemos, independentemente das nossas atitudes, e por isso nos revoltamos, pois acreditamos ser melhores do que os outros; aguardamos ter mais privilégios e direitos que os outros, devido à nossa posição social, o nosso nome ilustre, a nossa fortuna e até mesmo, muito comum hoje em dia, a nossa beleza física. Quase não conseguimos enxergar um milímetro que seja além da nossa visão moral estreita, por causa do nível evolutivo em que nos encontramos. Ainda presos às paixões terrenas, sequer nos damos conta de que temos uma vida espiritual que precisa e deve ser cuidada com o mesmo zelo que dedicamos à nossa vida material. 

Se cuidássemos dessa vida que vai muito além da pequenez dos nossos sentidos físicos, certamente não teríamos um décimo das aflições que hoje nos consomem a existência, e que nos adoecem tantas vezes. Se cuidamos da higiene do corpo, da casa, daquilo que ingerimos, por que não cuidamos da nossa higiene mental? Por que permitimos que pensamentos inferiores, doentios, saiam de nossas mentes? Por qual razão permanecemos desatentos com aquilo que entra em nossas mentes, através dos nossos olhos, ouvidos, de todos os sentidos, enfim? 

Por tudo isso é que o Pai nos envia, sempre, sinais de que é chegado o momento da nossa renovação. É chegado o momento em que a necessidade da transformação interior deve ser conscientizada em nós, para que a mudança aconteça dentro de nós. Sem esse primeiro passo fica mais difícil iniciarmos a tarefa de elevação e aprimoramento. É bem verdade que ela ocorrerá, queiramos ou não, de forma bem mais dolorida, mas, se colocarmos à nossa disposição a vontade firme a serviço dessa tarefa, tudo será mais fácil. Por esse motivo é que a generosidade de Deus está presente nas concessões, nas oportunidades que nos oferece, por toda parte, com igualdade a todas as suas criaturas, a fim de que percebamos que enquanto o homem “raciona a distribuição deste ou daquele recurso, Deus não altera suas leis de abundância”. (1) 

Observemos ao nosso redor: O Sol magnífico, nutrindo a vida, espalha-se em todas as direções; o ar puro e sem medida é celeiro de bênçãos divinas e, alimentando nosso corpo, faz a vida continuar em nós... A fonte que se dá sem reservas, engrossando rios, mares, levando a vida à terra sedente que recebe carinhosamente a semente que dorme... Tudo doado a todos, infinitamente, igualmente repartido... 

Se a bondade divina nos concede tantas graças no campo material, também assim acontece no reino do Espírito. Tudo está aí, à nossa disposição: “os tesouros da Ciência, as alegrias da compreensão humana, as glórias da arte e as luzes da sublimação interior” , (1) acessíveis que são a todas as criaturas. Entretanto, do rio das graças da vida, cada alma retira a porção de riqueza que consegue perceber e carregar, para utilizá-la proveitosamente. Por essa razão, o Pai nos chama à renovação: para aprendermos a estudar, observar, trabalhar e a renovar-nos, ajudando a nós mesmos através da ajuda ao
outro. Emmanuel recorda-nos que “Deus a ninguém dá seus dons por medida, contudo, cada alma traz consigo a medida que instalou no próprio íntimo para a recepção dos dons de Deus”. (1) 

Mas, que rio de graças é esse de que nos fala o querido instrutor espiritual? Observemos nas nossas próprias vidas, a presença dessas graças: acreditamo-nos frágeis e recorremos a Deus para suprir nossas energias, e Ele as supre. Quantas vezes, desanimados e sem forças para continuar a luta redentora, nos aprontamos para a deserção, para a fuga, e algo acontece – um fato ou a palavra de alguém, não importa – que nos coloca em movimento, fazendo com que nos sintamos mais fortalecidos, mais esperançosos, porque renovados em nossas forças. 

Prestemos atenção na maneira como o Pai age com suas criaturas: usa o próprio homem para ajudar os homens. Silenciosamente. Sem alardes. E quase sempre aguardamos grandes manifestações divinas vindo em nosso socorro. Temos, às vezes, atitudes infantis diante da sabedoria divina, quando éramos crianças e acreditávamos que o brinquedo maior, o mais enfeitado e o mais barulhento, era o melhor. 

Hoje, mais amadurecidos na idade, deveríamos já ter compreendido que a utilidade não está subordinada ao tamanho, à beleza ou a qualquer outra característica que chame a atenção dos nossos sentidos. 

Reconheçamos nossas próprias limitações e Deus nos conferirá o crescimento, e isso é certo, queiramos ou não crescer. Alguns o farão de forma mais rápida, outros mais lentamente, mas sempre cresceremos, porque é da lei de Progresso que assim seja. Outras vezes declaramo-nos pobres e, no entanto, temos à nossa disposição as riquezas infinitas do Pai. Aquilo que não conseguimos obter não é porque nos falte o recurso, mas porque não conseguimos vê-lo ao nosso redor. 

Todavia, precisamos entender que o processo para assimilação desses recursos será sempre o serviço prestado aos outros. Sob esse aspecto, não podemos, portanto, alegar inaptidão, fraqueza, desalento ou penúria para fugirmos da tarefa que nos cabe na construção do edifício do bem. Mais trabalho, mais entendimento, melhor captação dos recursos divinos à nossa disposição representam a chave para abrir as comportas desse manancial de luz. 

Queixas contínuas, lamentações descabidas, tristezas sem motivos reais, intolerância, maledicência são portas fechadas para o processo de assimilação desses benefícios. 

Assim, em cada momento que pudermos dedicar ao companheiro necessitado de uma palavra de reconforto, de otimismo, necessária ao fortalecimento para continuar suas lutas, Deus nos abençoa. 

Pelo gesto de silêncio, com a palavra não dita, pela prece silenciosa com a qual podemos amparar e sustentar o equilíbrio de todos que nos cercam, seja em nosso lar, no nosso trabalho, na casa de oração que nos serve de abrigo espiritual, seja nos trabalhos de assistência que realizamos em benefício de tantos, Deus nos abençoa.

Quando com caridade temos a oportunidade de usar palavras esclarecedoras, assegurando o entendimento fraterno, aliviando corações mergulhados em sentimentos dolorosos de culpas e arrependimentos por atos impensados, fortalecendo almas enfraquecidas pela desesperança e falta de fé, Deus nos abençoa. 

Pela migalha de tempo ou de socorro que dispensamos no apoio àqueles que nada têm e que de tudo carecem, onde essa migalha pode ser a diferença entre a vida e a morte, onde muitas vezes será a única ajuda que receberão, mas que poderá mantê-los lutando por mais alguns dias, Deus nos abençoa. 

Pela atitude de tolerância e serenidade que pudermos manter frente à incompreensão que nos rodeia a existência, e que nos convida a testemunharmos nossa fé e nossa disposição de praticar o ensinamento evangélico do “amar ao próximo como a ti mesmo”, Deus nos abençoa. 

Diante desse convite à renovação e ao aprimoramento, ficamos pensando: mas, se não somos capazes de realizar nem um milésimo de tudo isso, como pode Deus nos abençoar? 

Sem dúvida alguma, convivemos com almas heroicas, abençoadas por Deus, capazes de renunciarem a si próprias e de sacrificarem a felicidade pessoal em benefício da felicidade alheia. Mas, se Deus abençoa esses rios de almas que são capazes de garantir as searas do campo, na expressão de Emmanuel, pelo imenso desprendimento que demonstram, pela fé inabalável em Deus e na Sua Justiça, também é verdade que Ele “abençoa cada gota de orvalho que ameniza a sede da rosa”. 

Erros e acertos marcaram nossa estrada até ontem. Hoje, entretanto, é momento de nos voltarmos para Deus, com sinceridade em nossos corações “refazendo a esperança e suportando sem mágoas as acusações do caminho”. É natural termos sempre alguém nos censurando. Mas, ouçamos com paciência. Se existe bom senso na advertência, aproveitemos o conselho para que possamos crescer mais um pouco; se a crítica for injusta, conservemos a tranquilidade, na certeza de que temos a consciência pura por estarmos fazendo o melhor que podemos. Em qualquer dificuldade que venhamos a enfrentar, apoiemo-nos na confiança em Deus, “trabalhando e servindo com alegria, na certeza invariável de que Deus” nos abençoa e nos vê. 

Leda Maria Flaborea – A propósito das bênçãos de Deus 
                                                                                - O Consolador – Nº 709 – 21/02/2021 

Emmanuel, Livro: Palavras de Vida Eterna, (Lição 02 e 180), (Chico Xavier)


quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Abençoar - Amor e temor

 "O perfeito amor lança fora o temor." (I João, 4:18.) 

Para que nossa alma se expanda sem receio, através das realizações que o Senhor nos confia, não basta o imperfeito Amor que estipula salários de gratidão ou que se isola na estufa do carinho particular, reclamando entendimento alheio. 

É necessário rendamos culto ao perfeito amor que tudo ilumina e a todos se estende sem distinção. 

O imperfeito Amor, procurando o gozo próprio no concurso dos outros, é quase sempre o egoísmo em disfarce brilhante, buscando a si mesmo nas almas afins para atormentá-las sob múltiplas formas de temor, quais sejam a exigência e o ciúme, a crueldade e o desespero, acabando ele próprio no inferno da amargura e da frustração. 

O perfeito Amor, contudo, compreende que o Pai Celeste traçou caminhos infinitos para a evolução e aprimoramento das almas, que a felicidade não é a mesma para todos e que amar significa entender e ajudar, abençoar e sustentar sempre os corações queridos, no degrau de luta que lhes é próprio. 

Para que te libertes, assim, das algemas do medo, não basta te acolhas no anseio de ser ardentemente querido e auxiliado pelos outros, segundo as disposições do Amor incompleto. 

É indispensável saibas amar, com abnegação e ternura, entre a esperança incansável e o serviço incessante pela vitória do bem, sob a tutela dos quais viverás sempre amando, segundo o Amor equilibrado e perfeito pela força divina que nos ergue triunfante, dos abismos da sombra para os cimos da luz. 

Emmanuel – A mor e temor - O Consolador – Nº 730 – 18/07/2021